domingo, 26 de agosto de 2012

Política econômica e o spread bancário


O governo tem anunciado algumas medidas de política econômica como, por exemplo, a redução da taxa Selic.
Reduzir a Selic é como você acelerar com um carro, ou seja, a economia vai ser aquecida pois o crédito passa a ficar mais acessível e barato. Além disso, atrai investimentos que aumentam a nossa atividade produtiva.
Portanto, a Selic é uma ferramenta importantíssima para estimular a economia (reduzindo os juros) ou para controlar a inflação (aumentando os juros).
A Selic por ser uma referência para qualquer operação financeira que envolva juros afeta diretamente as operações bancárias e isso nos remete a pensar na questão do spread bancário. A composição do spread bancário vai além do que aquela simples definição de ser à diferença entre as taxas que o banco paga aos investidores e as taxas que cobra dos tomadores de crédito.
Quando o banco faz essa intermediação, o que fica com ele é uma margem bruta. Dela, são descontados todos os custos (custos gerais, custo do capital, custos de compulsórios, custo do seguro de depósito e custo da inadimplência) com os quais o setor financeiro precisa arcar para conduzir suas atividades. Quanto maior esses custos, mais alta será a taxa final de empréstimo. Isso não significa maior lucro para o banco, uma vez que só depois de abater todos esses custos é que o banco chega à sua margem líquida usada para rentabilizar o capital de seus acionistas.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Marshall e o equilíbrio parcial


Equilíbrio parcial
           
            Uma das principais contribuições de Leon Walras para economia foi sua teoria do equilíbrio geral, que faz o uso da álgebra linear como uma ferramenta, para descrever a produção dos bens sob diferentes condições. Porém essa teoria é complexa, o que dificulta fazer uma análise efetiva, ainda mais em uma época onde não existiam computadores, por isso outra teoria que analisasse as questões de Equilíbrio Produção x Consumo se fazia necessária. Nesse momento Marshall entra em cena com sua teoria do equilíbrio parcial, que é muito mais simplista e transforma em constantes todas as variáveis da produção que não são essenciais. Dessa forma fica muito mais fácil fazer a análise de um determinado bem ou serviço, porém essa simplicidade faz com que nem sempre essa teoria consiga refletir a realidade.
            Essa teoria é baseada na já citada teoria do valor de Marshall, somada a inserção do tempo nos modelos, mostrando que as curvas de oferta têm comportamentos diferentes, no curtíssimo, curto e longo prazo. Suas ideias foram tão importantes que são praticamente as mesmas encontradas atualmente nos principais manuais microeconômicos, como elasticidade e excedente do consumidor.
            Pelo lado da demanda temos a ideia da utilidade marginal, fazendo com que os consumidores paguem cada vez menos por cada unidade adicional do bem, provocando uma correlação negativa entre quantidade e preço. A ideia de elasticidade faz com que seja possível mensurar quão grande será a quantidade demandada dada uma alteração nos preços. Essa formulação nos traz a ideia de uma curva de demanda com inclinação negativa.
            A questão da oferta possui um esqueleto muito semelhante ao da demanda, pois também é fundamentada a partir de conceitos marginalistas. Porém nos diferentes “tempos” ocorrem variações. No curtíssimo prazo, um dia ou menos, a oferta de um bem é fixa, sendo assim o preço de equilíbrio uma questão da variação na demanda. Já no curto prazo a oferta se comporta como a demanda, sendo baseada nos retornos decrescentes dos insumos, pois ela esta limitada pela quantidade fixa de capital. No longo prazo podemos modificar as quantidades de todos os fatores de produção, tornando possível  a adaptação dos produtores as variações do mercado, com isso a produção se torna uma função dos custos médios e por consequência a oferta se torna uma reta constante.
            Juntando as duas partes ocorrerá a conjugação entre oferta e demanda produzindo os famosos gráficos onde identificamos o ponto de equilíbrio do mercado. Essa foi uma das maiores contribuições de Marshall para a microeconomia, pois o estudo dos mercados se tornara muito mais objetivo, e também abriu as portas para sua extensa teoria da firma, um dos seus trabalhos mais interessantes.