quinta-feira, 31 de maio de 2012

Karl Marx e produção de mercadorias


Venho trazendo hoje um pouco das ideias de karl marx.
Espero que gostem e comentem
A NATUREZA SOCIAL DA PRODUÇÃO DE MERCADORIAS
Para Marx os produtos só se transformavam em mercadorias quando produzidas com o objetivo de serem trocadas por dinheiro. Ou seja, qualquer bem produzido apenas para uso ou gozo imediato dos produtores não era assim considerado. Para que uma sociedade fosse uma sociedade produtora de mercadorias deveria atender a três requisitos básicos:
·               Ter um elevado grau de especialização, fazendo com que cada produtor produzisse sempre a mesma mercadoria (ou parte dela);
·               Estabelecer uma completa separação entre valor de uso e valor de troca;
·               Ter um mercado amplo e bem desenvolvido, precisando do uso generalizado da moeda como equivalente de valor universal.
Apesar de o trabalho de cada produtor ser isolado dos demais, havia uma relação social definitiva e indispensável entre os mesmos. Isso significa dizer que uns dependiam das mercadorias dos outros. “[...] as relações que ligavam o trabalho de um indivíduo aos demais aparecem não como relações sociais diretas entre os indivíduos no trabalho, mas como... relações entre objetos.” (MARX apud HUNT, 2005, p.202)
Os economistas burgueses, adeptos às ideias de Adam Smith, acreditavam que a utilidade derivada do consumo era gerada na própria troca, porém, todo valor de uso de uma mercadoria, era agregado no memento de sua produção. Segundo Hunt:
a verdade pura e simples era que o trabalhador útil era sempre a fonte de toda utilidade proporcionada pelas mercadoria, e a troca era meramente o pré-requisito necessário para o próprio funcionamento de uma sociedade que produzisse mercadorias (HUNT, 2005, p.202).

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Taxa de juros e o perigo da inflação


Hoje venho publicar um texto do Eric Brasil, que foi publicado no site o barômetro. Muito o texto, vale a pena conferir.
Num movimento de queda significativo, de junho de 2011 a maio de 2012, o juro real (juro nominal descontado da inflação) no Brasil saiu do nível de 7% para um patamar abaixo dos 2,5%.
Queda na Selic, política agressiva de redução dos juros nos bancos estatais, mudanças na regra de remuneração da poupança e maior tolerância com a expectativa inflacionária estão entre as ferramentas usadas pela equipe econômica do Governo Dilma para levar os juros reais do país a níveis historicamente baixos e já bastante próximos dos 2% prometidos pela Presidenta até o fim do seu mandato.
De fato, se o país conseguir conciliar taxas de juros reais tão reduzidas com controle da inflação estaremos vivenciando uma melhora institucional histórica para a economia brasileira. Mas o “porém” é sempre, infelizmente, a questão da estabilidade das taxas de inflação. E esta é exatamente a aposta da equipe econômica do Governo, ou seja, Eles acreditam que é possível atingirmos juros reais mais baixos sem alimentarmos o dragão da inflação.
Nem todos pensam assim. Na semana passada, após o anúncio das mudanças nas regras de remuneração da poupança (que deve vir acompanhado de novas quedas da Selic), analistas de mercado já começaram a rever suas previsões para a inflação medida pelo IPCA, principalmente em 2013 (os últimos dados do relatório Focus divulgado pelo Banco Central mostram estes ajustes nas expectativas inflacionárias do mercado). Diversos economistas também estão alertando para os riscos do juro real estar em patamar muito baixo, com a economia caminhando para uma demanda acima do PIB potencial, o que exigirá que o Banco Central volte a elevar a Selic no futuro próximo.
De minha parte, confesso que me causa certa preocupação imaginar que esta possibilidade de conciliar baixo juro real com inflação controlada pode estar calcada única e exclusivamente no cenário de recessão global e que ao menor movimento de reaquecimento da economia mundial podemos nos descobrir num ambiente indesejado de superaquecimento da demanda. Além disso, é fato que a política monetária de redução dos juros leva um tempo para gerar efeitos reais sobre a produção e o consumo, portanto, mesmo que a economia mundial continue patinando, é cedo para dizermos que já conhecemos os reais efeitos do atual nível dos juros reais.
De qualquer forma, tomara que Eles estejam certos.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Tributação e as empresas

Boa noite,
Hoje escrevi uma resenha sobre um artigo da revista Veja que saiu em uma edição de abril do mês passado.

O autor indaga o leitor a refletir a questão da tributação em nosso país. Nóbrega afirma que nenhuma empresa paga tributo algum e que, na verdade, elas apenas são responsáveis pelo recolhimento. O que ocorre aqui no Brasil é que alguns impostos acabam se misturando no custos de produção, reduzindo a competitividade das empresas.
Outra questão levantada é a complexidade da carga tributária: “O problema não é o tamanho da carga tributária, mas sua enorme complexidade, decorrente do cipoal de normas dispersas, confusas, irracionais. Para cumpri-las, as empresas brasileiras gastam 2.600” (Nóbrega, 2012, p. 30).
Esse trecho evidencia que, talvez, se nossa tributação fosse mais clara e simples de se entender, ocorreia uma maior eficiência nos impostos cobrados.
Para Nóbrega é quase impossível a redução da carga tributária visto que seu tamanho é consequência do nível de despesas obrigatórias com educação, saúde, etc., por isso “ a quase impossibilidade de diminuir o peso dos tributos recomenda que se mobilizem a opinião pública e a classe política em prol da simplificação do sistema tributário, particularmente do seu mais complexo e ineficiente imposto, ICMS” (Nóbrega, 2012, p. 30).
A eficiência dos impostos é o ponto chave para resolver a questão tributária no Brasil e para mostrar tal eficiência Nóbrega apresenta o resultado de uma pesquisa feita pelo professor Peter Lindert, da Universidade da Califórnia em Davis. Esse estudo fez um comparativo entre o sistema americano e o sueco. Embora a carga tributária americana seja menor que a dos suecos, o sistema da Suécia é mais eficiente. Para Lindert, a superioridade do sistema sueco é dada pela maneira de tributar o consumo, se baseando no método do valor agregado. Já o sistema americano tributa o consumo mediante um imposto no varejo, o sale tax, que é simples apenas na aparência.
Enfim, o Brasil pode superar esses entraves que ocorrem na tributação e utilizar o método de tributação pelo valor agregado pode ser considerado um passo importante, que já foi tomado. A próxima etapa é resolver a questão do ICMS – que como Nóbrega diz “é o cerne do manicômio tributário” – sendo este passo um problema mais político que econômico.