Equilíbrio parcial
Uma
das principais contribuições de Leon Walras para economia foi sua teoria do
equilíbrio geral, que faz o uso da álgebra linear como uma ferramenta, para
descrever a produção dos bens sob diferentes condições. Porém essa teoria é
complexa, o que dificulta fazer uma análise efetiva, ainda mais em uma época
onde não existiam computadores, por isso outra teoria que analisasse as
questões de Equilíbrio Produção x Consumo se fazia necessária. Nesse momento
Marshall entra em cena com sua teoria do equilíbrio parcial, que é muito mais
simplista e transforma em constantes todas as variáveis da produção que não são
essenciais. Dessa forma fica muito mais fácil fazer a análise de um determinado
bem ou serviço, porém essa simplicidade faz com que nem sempre essa teoria
consiga refletir a realidade.
Essa
teoria é baseada na já citada teoria do valor de Marshall, somada a inserção do
tempo nos modelos, mostrando que as curvas de oferta têm comportamentos
diferentes, no curtíssimo, curto e longo prazo. Suas ideias foram tão
importantes que são praticamente as mesmas encontradas atualmente nos
principais manuais microeconômicos, como elasticidade e excedente do
consumidor.
Pelo
lado da demanda temos a ideia da utilidade marginal, fazendo com que os
consumidores paguem cada vez menos por cada unidade adicional do bem,
provocando uma correlação negativa entre quantidade e preço. A ideia de
elasticidade faz com que seja possível mensurar quão grande será a quantidade demandada
dada uma alteração nos preços. Essa formulação nos traz a ideia de uma curva de
demanda com inclinação negativa.
A
questão da oferta possui um esqueleto muito semelhante ao da demanda, pois
também é fundamentada a partir de conceitos marginalistas. Porém nos diferentes
“tempos” ocorrem variações. No curtíssimo prazo, um dia ou menos, a oferta de
um bem é fixa, sendo assim o preço de equilíbrio uma questão da variação na
demanda. Já no curto prazo a oferta se comporta como a demanda, sendo baseada
nos retornos decrescentes dos insumos, pois ela esta limitada pela quantidade
fixa de capital. No longo prazo podemos modificar as quantidades de todos os
fatores de produção, tornando possível a
adaptação dos produtores as variações do mercado, com isso a produção se torna
uma função dos custos médios e por consequência a oferta se torna uma reta
constante.
Juntando
as duas partes ocorrerá a conjugação entre oferta e demanda produzindo os
famosos gráficos onde identificamos o ponto de equilíbrio do mercado. Essa foi
uma das maiores contribuições de Marshall para a microeconomia, pois o estudo
dos mercados se tornara muito mais objetivo, e também abriu as portas para sua
extensa teoria da firma, um dos seus trabalhos mais interessantes.
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